Túnel ao lado de banco em Sumaré remonta a furto milionário no Banco Central
Escavação descoberta em posto de combustível, ao lado de agência na cidade, pode ter sido inspirada no famoso furto ao Banco Central de Fortaleza, em 2005, quando quadrilha levou R$ 164,7 milhões, em três toneladas de notas de R$ 50
O túnel escavado que daria acesso ao cofre da agência da
Caixa Econômica Federal em um posto de combustíveis, na região do Jardim
Denadai, em Sumaré, pode ter sido inspirado no mega furto ao BC (Banco Central)
de Fortaleza, ocorrido em 2005, em que foram levados R$ 164,7 milhões. O túnel
partia de uma casa alugada pela quadrilha. O crime aconteceu no fim de semana e
só foi descoberto no início do expediente de uma segunda-feira, na época.
Segundo o delegado da Polícia Federal e chefe da corporação em Campinas, Edson Geraldo de Souza, o túnel construído até a agência da Caixa Econômica Federal, em Sumaré, representou um “grande esforço de engenharia”. A passagem é escorada com madeiras novas e madeiras que já mostram sinais de apodrecimento. A escavação de até 40 metros foi localizada na tarde desta quinta-feira (26) e chegou a ocupar o subsolo do banco, com até mesmo fiação instalada.
O lugar foi descoberto durante uma reforma em um posto de
combustível. O pedreiro percebeu um buraco suspeito e alertou os funcionários
do posto, que chamaram a polícia. Foi confirmado que o túnel levaria
diretamente ao cofre da Caixa Econômica Federal, que fica ao lado do posto de
combustíveis. A Polícia Federal apreendeu ferramentas, um gerador de energia e
uma bomba d’água.
Como se trata de uma agência federal, a Polícia Federal também teve participação no caso. A corporação será responsável pela condução da investigação e abrirá um inquérito, inicialmente com duração de 30 dias, para investigar a situação. “O túnel é bem apertado e claustrofóbico. Pode ser que haveria uma abertura maior, mas é um trabalho de engenharia considerável. Uma ousadia por parte das organizações criminosas”, declarou Edson Geraldo.
A rota conduz a uma galeria de águas pluviais na Rua Eliseu
Teles de Mendonça, vista como o possível ponto de início da ação. No túnel, os
bombeiros localizaram uma bomba de água, cujo propósito ainda está sendo
investigado. Segundo Edson Geraldo, serão feitas novas inspeções com o objetivo
de recolher materiais que possam fornecer informações genéticas sobre os
participantes da escavação.
O delegado também esclareceu que, no momento atual, não é viável determinar há quanto tempo o túnel estava sendo construído. A corporação examinará câmeras de vigilância próximas ao local para investigar movimentos incomuns em torno da galeria de águas pluviais.
ROMBO HISTÓRICO
Em meados de 2005, uma quadrilha realizou um dos maiores
furtos da história do Brasil, invadindo o caixa-forte do Banco Central em
Fortaleza, no Ceará. Para acessar o cofre, o grupo construiu um túnel que
partia de uma casa alugada e passava por baixo de uma movimentada avenida, no
Centro da cidade. Ao todo, foram levadas mais de três toneladas em notas de R$
50, somando R$ 164,7 milhões.
O crime, praticado no fim de semana, só foi descoberto em uma segunda-feira, quando os funcionários chegaram para trabalhar. Apesar dos esforços da Polícia Federal, estima-se que apenas cerca de R$ 60 milhões tenham sido recuperados. Entre os envolvidos no esquema estava Marcos Rogério, conhecido como “Bocão”, um engenheiro acusado de ter projetado e supervisionado o túnel. Ele foi preso em Sorocaba, após 12 anos foragido.
O furto resultou em 28 processos e a Justiça Federal no
Ceará condenou ao todo 119 réus (considerando alguns réus repetidos em
diferentes ações). As acusações oferecidas pelo Ministério Público Federal
incluíram furto qualificado, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, porte
ilegal de arma de fogo, uso de documentos falsos e extorsão mediante sequestro.
As penas aplicadas variaram de 3 a 170 anos de prisão.
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