Tarcísio sinaliza que Unicamp pode continuar na administração do HES
Em visita a Sumaré, governador mantém chamamento público e afirma que universidade tem chances de permanecer à frente do Hospital Estadual Sumaré; contrato atual vence no dia 31 de julho e possibilidade é aberta após mobilização
Em visita oficial a Sumaré neste sábado (28), o governador
Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou que “tudo caminha” para a Unicamp
seguir na gestão do Hospital Estadual Sumaré (HES). A sinalização do chefe de
Estado ocorre em meio a realização de um chamamento público para selecionar
quem vai gerir a unidade estadual de referência em Sumaré. A Unicamp é uma das
concorrentes no chamamento e está no comando do HES há 25 anos.
Segundo Tarcísio, o processo é necessário para “resolver uma situação jurídica”, já que o atual contrato com a Unicamp foi classificado como um “vínculo contratual frágil” e atende a um apontamento do Tribunal de Contas do Estado (TCE-SP). “Tinha que fazer um chamamento público para resolver e regularizar uma situação jurídica. Então era fundamental, e a gente sempre deixou isso claro”, explicou o governador.
Tarcísio reforçou que a universidade sempre pôde participar
da disputa. “Eu sempre disse: a Unicamp pode participar (do chamamento). É o
que está acontecendo, ela está participando do chamamento. Vencendo o
chamamento, ela continua, só que, obviamente, tem outras métricas no contrato,
fica mais fácil também de a gente cobrar determinados resultados”, declarou.
O contrato atual se encerra em 31 de julho. De acordo com a
Secretaria Estadual de Saúde, a confirmação oficial sobre a manutenção da
Unicamp à frente do HES só será possível após a finalização do chamamento e a
divulgação do resultado final.
A movimentação do governo gerou reações políticas na cidade. O ex-vereador Willian Souza (PT), um dos defensores da permanência da Unicamp no HES, afirmou que “após pressão, o governador começa a voltar atrás e já sinaliza a permanência da Unicamp na gestão do Hospital Estadual Sumaré”.
GREVE
Estudantes do curso de medicina da Unicamp deflagraram neste
mês uma greve em protesto contra o encerramento do convênio com o Hospital
Estadual Sumaré. O Executivo paulista publicou no Diário Oficial do Estado
edital de chamamento público. A seleção permite que 50 Organizações Sociais de
Saúde (OSs), incluindo a própria Unicamp, concorram à administração do
hospital.
Os estudantes apontam que uma eventual troca de gestão
prejudica a qualidade no atendimento oferecido à população de Sumaré e região,
além de comprometer os programas de residência médica e estágios atualmente
realizados na unidade hospitalar.
HÉLIO ARTICULA REUNIÃO E BUSCA MANTER UNICAMP COMO GESTORA
DO HES
O presidente da Câmara de Sumaré, vereador Hélio Silva (Cidadania),
articulou uma reunião estratégica com a Secretaria Estadual da Saúde, após
ofício enviado ao governo do Estado solicitando providências urgentes quanto à
continuidade da gestão da Unicamp junto ao Hospital Estadual Sumaré (HES).
O encontro foi realizado na semana passada, em São Paulo, e
contou com a presença da gestora de contratos da pasta. Na pauta, foi discutido
o risco de descontinuidade do convênio com a Unicamp, que administra o hospital
por meio da FCM e da Funcamp.
Presidente do Legislativo de Sumaré esteve em São Paulo debatendo tema
Durante a reunião, a Secretaria informou que, apesar de uma
recomendação do Tribunal de Contas do Estado (TCE) para encerrar o atual
contrato com a Unicamp, os trâmites serão ajustados e a universidade deve
continuar à frente da gestão do HES. A medida garantiria a manutenção dos
serviços prestados, evitando prejuízos à população atendida.
“Posso dizer que essa reunião foi extremamente positiva. O Governo do Estado reconheceu a importância da Unicamp na condução dos trabalhos no Hospital Estadual Sumaré e garantiu que não haverá descontinuidade nos atendimentos. Seguiremos vigilantes e atuantes para assegurar sempre o melhor à nossa população”, declarou Hélio Silva.
EM AUDIÊNCIA PÚBLICA, VEREADORES SAÍRAM EM DEFESA DO ATENDIMENTO
Em 4 de junho, a Câmara de Sumaré recebeu uma audiência
pública para discutir os impactos da não renovação da concessão do Hospital
Estadual Sumaré (HES) à Unicamp. Na reunião, representantes de diversos setores
expressaram preocupação com a possível precarização dos serviços de saúde e
defenderam a manutenção da gestão pela universidade, ressaltando a qualidade do
atendimento e o papel do hospital na formação de profissionais de saúde.
O evento foi promovido pela Comissão de Educação, Saúde, Assistência Social, Proteção da Criança e do Adolescente, Cultura, Lazer e Turismo da Câmara. A reunião discutiu a importância do HES para a Região Metropolitana de Campinas (RMC), enfatizando a necessidade de manter o convênio com a Unicamp, apesar dos desafios, por meio da mobilização de diversos atores políticos e da sociedade em defesa dessa parceria.
Para os representantes da universidade, que marcaram
presença, o hospital é um campo de estágio essencial para estudantes de
medicina e outras áreas da saúde, complementando a formação oferecida no HC da
Unicamp. Embora a universidade já tenha se qualificado, por meio da Funcamp,
para participar do chamamento público aberto pelo governo do Estado para a
administração do HES, representantes veem a urgência de mudanças na legislação
para evitar futuros chamamentos.
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