Saúde
Reclamações de demora têm sido recorrentes no Hospital Sagrado Coração de Jesus

Pacientes enfrentam longa espera no atendimento do Hospital de Monte Mor

Após fiscalização, parlamentar denuncia demora no atendimento no Hospital Sagrado Coração de Jesus; pacientes aguardavam vagas por até 20 horas; acidentado esperou transferência via CROSS desde a meia-noite até dia seguinte 

O vereador Roger Santos (PT) voltou a denunciar a morosidade no atendimento do Hospital Sagrado Coração de Jesus, em Monte Mor. Durante fiscalizações realizadas, o parlamentar afirmou ter presenciado longas esperas de pacientes e falhas na estrutura da unidade. “Um morador do Nova Alvorada sofreu um acidente e chegou meia-noite, já estava dando oito horas da noite e a vaga Cross não saía”, relatou. 

Roger destacou que a situação do paciente só foi resolvida no dia seguinte e que ele ainda aguardava por cirurgia no Hospital Estadual Sumaré (HES). O vereador criticou o funcionamento da Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (CROSS). “Uma dificuldade terrível, não só no nosso município”, declarou. 

Roger também apontou problemas semelhantes aos identificados em fiscalizações anteriores. “Encontramos uma situação muito difícil, ou seja, médicos não estavam em sala, foi se passando o horário, eu acabei ligando para o prefeito”, disse. “Daqui a pouco os médicos adentraram, já eram 10 para as 8 da noite [19h50], as pessoas estavam lá desde as 15 horas, 16 horas, idosos, e aquela dificuldade toda”. Uma das fiscalizações ocorreu em 19 de junho. 

Na sexta-feira (13), Roger recebeu nova denúncia de que um idoso de 75 anos permaneceu sem atendimento por seis horas. “Das 13h até as 19h”, afirmou. Ele reforçou que a fiscalização deve ser intensificada, tanto na UPA quanto no hospital, já que ambas unidades são mantidas com recursos públicos. “Então, o vereador, a vereadora têm a liberdade e o dever de estar lá fiscalizando [...] Nós precisamos nos unir, fiscalizar e entender realmente o que está acontecendo”. 

O vereador também destacou as condições do local. “Chegando ali, a gente encontrou uma situação muito deplorável. Ou seja, o saguão do hospital estava cheio, banheiros estavam trancados e o povo lá, esperando”. 

Roger criticou a estrutura atual do hospital. “As prioridades têm que ser atendidas. Um senhor de 75 anos esperando desde as 13 horas até as 19 horas, não é cabível, a população não pode deixar de ser atendida”. 

Segundo ele, reclamações recorrentes vêm sendo registradas também nas redes sociais. “Se a gente vê que tem a questão de surtos, eu acredito que tem que aumentar a questão de médicos, tem que aumentar a questão de um tratamento melhor para as pessoas. E ali eu vi uma questão de desleixo”, declarou. 

OUTRO LADO 

Em relação às declarações do vereador sobre os atendimentos realizados no dia 19 de junho, a Associação Hospital Beneficente Sagrado Coração de Jesus informa que, naquela data, foram registrados 213 atendimentos, incluindo dois casos graves que necessitaram de regulação pelo CROSS (Sistema de Regulação de Vagas). 

“Importante ressaltar que o CROSS é regulado pelo Estado, e a transferência de pacientes depende da disponibilidade de vagas nos hospitais de referência, o que foge ao controle direto do hospital. Sobre um dos casos mencionados, houve negativa de três hospitais pelo CROSS no dia 19, e somente em 20 de junho foi possível garantir a transferência, respeitando os fluxos regulatórios. O hospital segue rigorosamente o Protocolo de Manchester, que prioriza atendimentos com base na gravidade clínica, independentemente de idade ou outros critérios, para garantir que as emergências sejam tratadas com prioridade máxima. Ressaltamos ainda que, entre os atendidos, estava um paciente acima dos 80 anos de idade, cuja prioridade já está assegurada pelo Estatuto do Idoso, legislação que é cumprida integralmente pela nossa equipe”. “Por fim, reforçamos que não houve falhas no atendimento”. 

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