Saúde
UPA João Brischi volta ao centro de polêmica agora por falta de pagamento de servidores

Antiga gestora da UPA de Monte Mor diz que prefeitura não pagou rescisões da unidade de saúde

Hospital Sagrado Coração de Jesus, que administrava pronto atendimento até março, fala que pagamento das verbas rescisórias foi acordado com o Executivo, mas ainda não foi repassado; profissionais relatam dificuldades financeiras

Paulo Medina | Tribuna Liberal

A Associação Beneficente Sagrado Coração de Jesus, antiga responsável pela gestão da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) João Brischi, no Jardim Paulista, em Monte Mor, afirmou que a Prefeitura Municipal não repassou valores para pagamento das rescisões dos funcionários desligados com o fim do contrato. Segundo a entidade filantrópica, o vínculo com a unidade foi encerrado em 31 de março deste ano por decisão unilateral do governo do prefeito Murilo Rinaldo (PP).

De acordo com nota oficial divulgada pela associação, ao término do contrato foi acordado que as verbas rescisórias dos colaboradores seriam de responsabilidade da prefeitura. Porém, mais de um mês após o encerramento da parceria, o repasse dos valores ainda não foi realizado, apesar de ofícios já terem sido encaminhados ao Executivo Municipal, segundo a entidade.

“Apesar dos ofícios encaminhados, até o presente momento os valores correspondentes às referidas rescisões ainda não foram repassados”, diz o comunicado da associação, que reiterou “compromisso com a responsabilidade” e afirma que continua prestando normalmente os demais serviços assistenciais.

Enquanto isso, os ex-funcionários da UPA João Brischi vivem dias de incerteza e dificuldade. Alguns relatam transtornos financeiros e impactos diretos na vida pessoal por conta do atraso no pagamento.

“Já faz mais de 30 dias que estamos esperando, e nada. A gente tem conta pra pagar, família para sustentar. Como que faz?”, desabafou uma ex-funcionária, que pediu para não ser identificada. “Ficamos à deriva. Parece que estamos sendo esquecidos. Não é só questão de dinheiro, é respeito com quem trabalhou duro na saúde do município”, afirma.

Funcionários afetados esperam que sejam regularizados os pagamentos das verbas rescisórias o mais breve possível. A situação tem gerado revolta entre os profissionais da saúde e familiares, que cobram uma posição.

A UPA João Brischi é uma das principais unidades de saúde da cidade, e o fim do contrato de gestão com a Associação Sagrado Coração de Jesus foi acompanhado de mudanças na administração da saúde municipal.

No final de março, a Prefeitura de Monte Mor anunciou que a UPA do município passou a ser administrada por uma nova empresa contratada pela gestão municipal. Com essa mudança, a unidade deixou de estar sob o comando da Associação Beneficente Sagrado Coração de Jesus.

A prefeitura garantiu na época que nenhum dos atuais funcionários da unidade seria dispensado de imediato e que todos os trabalhadores que desejassem permanecer no cargo teriam prioridade na recontratação pela nova empresa. No total, 80 vagas estavam disponíveis para compor a equipe da unidade.

MURILO RINALDO AFIRMA QUE DESPESA DEVE SER PAGA PELA ASSOCIAÇÃO

O prefeito de Monte Mor, Murilo Rinaldo (PP), afirmou ao Tribuna Liberal nesta terça-feira (6) que toda a despesa com a UPA deve ser paga pela Associação Beneficente Sagrado Coração de Jesus.

“Mesmo assim, muito preocupado com a situação dos profissionais que trabalhavam no local, o prefeito está empenhado para pagar essa rescisão a todos que durante três anos trabalharam na unidade e foram desligados após a mudança da administração. No momento, a equipe da prefeitura está fazendo um estudo para saber o impacto financeiro na folha de pagamento e aguardando o hospital passar os dados desses profissionais para realizar o pagamento da rescisão que é direito de cada um”, afirma nota da prefeitura.

O impasse sobre quem deve arcar com os encargos trabalhistas começou após o fim do termo de colaboração entre a administração municipal e a associação, em março deste ano.

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