Política
Devolução de dinheiro foi viabilizada depois de Termo de Ajustamento de Conduta entre Câmara e Promotoria

Servidores começam a devolver ‘supersalários’ na Câmara de Monte Mor

Após investigação do Ministério Público, valores pagos acima do teto já estão sendo descontados na folha de pagamento de funcionários do Legislativo

Paulo Medina | Tribuna Liberal

Servidores da Câmara Municipal de Monte Mor começaram a devolver valores recebidos indevidamente nos últimos anos, após a conclusão de um inquérito do Ministério Público que apurou a existência de “supersalários” no Legislativo.

O processo de devolução teve início após um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre a Casa e o MP ano passado, com base nas investigações que constataram pagamentos acima do teto constitucional estabelecido para os servidores públicos municipais.

O pagamento regular das parcelas foi confirmado pelo Tribuna Liberal após a reportagem obter autorização da Promotoria para analisar os dados de pagamento com desconto em folha. Os valores pagos a mais já estão sendo restituídos por parte dos servidores envolvidos, que começaram a cumprir os termos do acordo.

Segundo o Ministério Público, seis servidores deverão devolver, ao todo, mais de R$ 181,7 mil aos cofres públicos. Em um dos casos, uma servidora terá que restituir R$ 122,5 mil, parcelados em 60 vezes e com correção monetária mensal. Outros casos incluem devoluções de R$ 33,2 mil, R$ 12,7 mil e R$ 10,2 mil. Há também valores menores sendo restituídos, como R$ 1,7 mil e R$ 1,4 mil.

A irregularidade foi identificada após denúncia anônima e investigação do MP, que solicitou dados da folha de pagamento de 2018 a 2022. A Promotoria constatou que os vencimentos de alguns servidores ultrapassavam o salário do prefeito — que era de pouco mais de R$ 12,7 mil no governo Edivaldo Brischi —, atingindo faixas de R$ 21,7 mil, R$ 17,1 mil e R$ 16,3 mil, valores incompatíveis com os limites constitucionais.

O desconto é feito diretamente na folha de pagamento dos servidores e os valores devolvidos são repassados pela Câmara à prefeitura. O TAC prevê ainda multa de R$ 20 mil por descumprimento, em caso de inadimplência.

No final do ano passado, o ex-presidente da Câmara, vereador Altran (MDB), afirmou que, ao assumir o cargo, determinou que o Jurídico da Casa analisasse a situação assim que soube dos pagamentos irregulares por meio do diretor geral.

O TAC foi firmado por intermédio da promotora de Justiça Cristiane de Moraes Ribeiro Sampaio Carvalhaes de Camargo.


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