Precatório de Bill impacta contas da prefeitura e Leitinho busca recursos
Prefeito de Nova Odessa afirmou que o pagamento de
precatório de R$ 6,9 milhões, ocorrido há cerca de dois meses, referente a uma
desapropriação feita em 2015, ‘raspou a poupança’ da administração; valor
manteria CAN por 60 meses
O prefeito de Nova Odessa, Cláudio Schooder, o Leitinho
(PSD), afirmou nesta semana, em entrevista a um meio de comunicação local, que
o pagamento de precatórios, especialmente o último de R$ 6,9 milhões, impactou
a saúde financeira da administração municipal. O montante refere-se a uma
desapropriação realizada em 2015, na gestão do ex-prefeito Benjamim Bill Vieira
de Souza (PL), e foi quitado de forma integral após a Justiça negar o pedido de
parcelamento feito pelo Executivo agora em 2025.
Segundo Leitinho, a quitação da dívida herdada pela gestão
anterior “raspou a poupança da prefeitura”, comprometendo pagamentos de
fornecedores. Esse valor, segundo o prefeito, seria suficiente para manter o Centro
de Autistas de Nova Odessa (CAN) por 60 meses. Neste cenário, o chefe do
Executivo disse que foi a Brasília solicitar recursos.
Logo após esse pagamento milionário de precatório, explicou Leitinho, a prefeitura ficou sem recursos para pagar mais de 100 pequenos fornecedores, com valores entre R$ 2 mil e R$ 5 mil a receber. O prefeito também destacou que 36% do orçamento municipal está sendo investido em saúde pública, o que exige ajustes e remanejamentos para manter os serviços essenciais.
Leitinho disse ainda que o cenário financeiro não é
exclusivo de Nova Odessa. Em Brasília, onde esteve recentemente em busca de
recursos em ministérios da saúde, educação e esporte, por exemplo, encontrou
prefeitos de todo o país preocupados com a queda de repasses federais e
estaduais e a dificuldade de honrar compromissos com fornecedores.
Na capital federal, Leitinho conseguiu a sinalização de novas emendas com deputados federais, mas reconheceu que há limites de teto para recebimento de recursos.
ENCONTRO COM TARCÍSIO
Nesta semana, Leitinho também participou de um jantar com o
governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o secretário Gilberto Kassab,
no qual o chefe do Executivo estadual admitiu que a redução de ICMS e IPM vem
pressionando ainda mais as contas municipais.
Apesar do cenário, Leitinho reafirmou que a prefeitura seguirá trabalhando para normalizar o pagamento dos fornecedores e garantir a continuidade dos serviços básicos. Ele também aproveitou para desmentir boatos sobre o fechamento do Pronto Atendimento (PA) do Jardim Alvorada, reforçando que o município estuda apenas medidas de contenção de despesas em todas as áreas.
ÔNUS
Em resposta a requerimento do vereador Paulinho Bichof
(Podemos), o prefeito havia manifestado oficialmente preocupação com o impacto
financeiro da dívida superior a R$ 6 milhões decorrente da desapropriação
realizada em 2015, pelo ex-prefeito Benjamim Bill Vieira de Souza. Leitinho
falou em “ônus financeiro” e “limitação” de investimentos em áreas prioritárias
devido à obrigatoriedade do pagamento da dívida.
Segundo informações encaminhadas pela Secretaria de Assuntos
Jurídicos, a medida foi fundamentada à época como de utilidade pública, mas, na
prática, não resultou em benefícios efetivos para a população.
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