Política
Vereadores de Sumaré aprovaram projeto de reforma administrativa apresentado pelo prefeito Henrique do Paraíso

Parlamentares aprovam reforma que reduz cargos na Prefeitura de Sumaré

Projeto do Executivo foi aprovado nesta terça, em regime de urgência, e prevê corte de mais de 65 cargos comissionados e exigência de ensino superior para nomeações; economia será de R$ 2 milhões; salário de secretários vai para R$ 14 mil

Paulo Medina | Tribuna Liberal

A Câmara de Sumaré aprovou na noite desta terça-feira (6), por 16 votos a 4, em regime de urgência, o projeto de lei enviado pelo prefeito Henrique do Paraíso (Republicanos) que institui uma ampla reforma administrativa no Poder Executivo. A proposta, que altera a estrutura organizacional da prefeitura, cria 494 novos cargos comissionados distribuídos em diferentes níveis hierárquicos, com nova configuração.

O PL foi validado depois que a Justiça determinou a exoneração de cerca de 560 comissionados na semana passada. Mais de 65 cargos foram cortados em relação a estrutura anterior e a maior parte dos novos cargos possui salários de níveis baixos, segundo o projeto. O governo destaca que houve redução de 20% nos cargos e sustenta que haverá economia de R$ 2 milhões por ano aos cofres públicos com a reestruturação organizacional do Executivo. Os secretários municipais terão salário de R$ 14 mil – atualmente, os vencimentos são de R$ 10 mil.

Votaram contra os vereadores Wellington Souza (PT), Lucas Agostinho (União Brasil), Rodrigo Digão (União Brasil) e Rudinei Lobo (PSB).

A reforma tem como principal objetivo reestruturar o funcionamento da administração direta, promovendo uma gestão mais eficiente e moderna, segundo justificativa apresentada pelo prefeito. A proposta prevê a reorganização dos cargos comissionados em 11 níveis de referência salarial, com vencimentos que variam entre R$ 2.700,00 e R$ 14.000,00, de acordo com as responsabilidades e atribuições de cada função.

Dentre os novos cargos, estão previstos 22 secretários municipais, 22 secretários-adjuntos, 88 diretores de área, 79 diretores de subdivisão, 87 diretores de setor, além de subprefeitos, chefes de gabinete e diretores executivos em áreas estratégicas como Comunicação, Defesa Civil, Convênios e Programas de Governo. A reestruturação também contempla novos cargos de assessoramento.

Segundo o texto aprovado, todos os cargos terão como requisitos mínimos idoneidade moral e formação acadêmica em nível superior (completa ou em andamento). A nova legislação também estabelece que a ocupação de postos de chefia e direção deve priorizar a qualificação técnica e o desempenho estratégico das funções.

O Executivo argumenta que haverá uma redução de aproximadamente 20% no total de cargos anteriormente existentes, além da uniformização de faixas salariais e eliminação de distorções remuneratórias. Conforme o PL, a adoção do novo modelo resultará em economia estimada de R$ 2 milhões por ano na folha de pagamento da prefeitura.

Outro ponto destacado é que a nova estrutura busca fortalecer as políticas públicas municipais, promover maior controle e integração entre os órgãos e melhorar a capacidade de resposta da máquina pública às demandas da população.

Apesar da informação da economia gerada, a aprovação do projeto em regime de urgência gerou críticas da oposição.

ESTRUTURA

No topo da estrutura, os secretários municipais receberão um subsídio mensal de R$ 14.000,00. Logo abaixo, os secretários-adjuntos terão salário de R$ 10.000,00, enquanto os assessores de gabinete do prefeito, terão vencimentos mensais de R$ 12.500,00.

Cargos como chefes de gabinete do vice-prefeito e do Fundo de Social de Solidariedade terão salário fixado em R$ 9.500,00. Já os subprefeitos, receberão R$ 8.800,00 por mês. Os diretores de departamento terão remuneração de R$ 8.400,00, e os assessores de direção, de R$ 7.000,00.

Na faixa intermediária, os diretores de divisão contarão com salário de R$ 6.300,00, enquanto os diretores de subdivisão receberão R$ 5.000,00. Os diretores de área, em número de 88 cargos, terão vencimentos mensais de R$ 4.300,00. Já os diretores de setor, cuja função está entre as mais numerosas da estrutura com 87 cargos, serão remunerados com R$ 2.700,00.

“Com a medida proposta pretende-se uma organização para os cargos e funções com configurações mais uniformes, maior flexibilidade de gestão e sem distorções remuneratórias, com destaque para as seguintes características: criação e quadro único com apenas 11 níveis; redução de aproximadamente 20% do quantitativo de cargos; readequação de níveis remuneratórios; adoção de subsídios; aumento de atribuições e nível de escolaridade. A adequação da estrutura é forma de potencializar a eficácia das ações de governo e a ampliação dos benefícios gerados na implementação das políticas públicas de competência municipal, bem como a racionalização e qualificação para o atendimento das demandas sociais. O projeto de lei atende a Constituição Federal, bem como princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. A adoção do novo modelo resultará em decréscimo na folha de pagamento, com economia anual de aproximadamente R$ 2 milhões”, diz o prefeito.

CÂMARA VALIDA SALÁRIO DE R$ 14 MIL PARA SECRETÁRIOS E DE R$ 10 mil AOS ADJUNTOS  

Os vereadores de Sumaré aprovaram nesta terça-feira (6), também em regime de urgência, um projeto de lei que fixa os novos valores dos salários pagos aos secretários municipais e aos secretários-adjuntos da cidade. A proposta estabelece que os secretários municipais receberão mensalmente R$ 14 mil, enquanto os secretários-adjuntos, R$ 10 mil.

O projeto também inclui o chefe de gabinete do prefeito no mesmo patamar de remuneração de um secretário municipal, fixando seu salário igualmente em R$ 14 mil. De acordo com o texto aprovado, os recursos para custear os novos subsídios virão do orçamento municipal vigente, com possibilidade de suplementação, caso necessário.

O principal argumento é promover a valorização de agentes com readequação dos valores, uma vez que os salários atuais “estão abaixo dos valores praticados pelos municípios limítrofes”.    

PROPOSTA AINDA DIMINUI NÚMERO DE SECRETARIAS; PASTA DA MULHER É CRIADA

Outro destaque é a reestruturação das pastas municipais. O número de secretarias será reduzido de 23 para 22, por meio da fusão e reorganização de áreas, com o objetivo de eliminar sobreposições e tornar a máquina pública mais ágil. Além disso, foram criadas duas novas estruturas: o setor de Tecnologia da Informação e a Secretaria da Mulher e Família.

A criação da nova secretaria atende a uma promessa de campanha do prefeito e tem como missão central desenvolver políticas públicas voltadas à valorização da mulher, fortalecimento dos laços familiares e proteção de grupos vulneráveis. Já o novo setor de Tecnologia da Informação será responsável por liderar processos de digitalização e modernização dos serviços municipais, além de ampliar a transparência da gestão pública.

“A reforma administrativa é um passo fundamental para construirmos uma Sumaré mais moderna, justa e preparada para os desafios do presente e do futuro. Estamos otimizando recursos, qualificando os serviços e valorizando o que realmente importa: as pessoas”, afirmou o prefeito Henrique do Paraíso. 

NOVA GESTÃO EXONEROU 560 SERVIDORES COMISSIONADOS NA SEMANA PASSADA

A Prefeitura de Sumaré anunciou em meio ao feriado prolongado do Dia do Trabalhador o início de uma ampla reforma administrativa para atender a uma determinação do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP). A medida, publicada no Diário Oficial do município, teve como objetivo alinhar os cargos comissionados às normas da Constituição Federal e da Constituição do Estado de São Paulo. Foram exonerados cerca de 560 servidores.

A reestruturação prevê a reformulação de cargos comissionados, como “superintendente administrativo”, “gerente” e “assessores”, que foram renomeados para funções que atendam à exigência de uma relação especial de confiança e ao exercício efetivo de atribuições de direção, chefia e assessoramento, conforme determinou a decisão judicial.

A prefeitura havia informado ajustes nas remunerações e na estrutura funcional e que a ação deveria reduzir em aproximadamente 20% a máquina pública. Além disso, disse que parte dos servidores seria recontratada em cargos já adequados aos parâmetros legais estabelecidos pela Justiça.

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