Política
Iniciativa integra sociedade civil, OSCs e gestão pública para fortalecer políticas de combate à fome

Hortolândia abre participação popular para Plano de Segurança Alimentar

Moradores poderão ajudar a construir 1º Plano Municipal que reunirá diretrizes, metas e estratégias para quatro anos de ações na cidade; propostas devem ser encaminhadas pelos hortolandenses até 19 de setembro via portal da prefeitura

Quem mora em Hortolândia pode contribuir para a elaboração do 1º PLAMSAN (Plano Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional). A versão preliminar do documento foi apresentada ao público, nesta quinta-feira (21), durante cerimônia oficial, realizada no Teatro Elizabeth Keller de Matos, no Jardim Amanda I. O evento reuniu autoridades do Executivo, servidores e gestores públicos, conselheiros municipais e representantes de OSCs (Organizações da Sociedade Civil).

O documento, com cerca de 85 páginas, disponibilizado também em um banner no portal da prefeitura, contém diretrizes, metas e estratégias que nortearão ações intersetoriais, voltadas à promoção do Direito Humano à Alimentação Adequada na cidade. Quando estiver finalizado, o PLAMSAN vigorará por quatro anos, de 2026 a 2029, contribuindo para que seja elaborado um diagnóstico acerca da segurança alimentar e nutricional em Hortolândia.

Os trabalhos, organizados pela CAISAN (Câmara Intersetorial Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional), contam com o apoio da Comissão de Elaboração do Plano, que reúne profissionais do Departamento de Segurança Alimentar e Nutricional, da Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia, e de outros órgãos da prefeitura. A iniciativa busca integrar diferentes áreas da gestão pública e da sociedade civil para ampliar a efetividade das políticas de segurança alimentar, fortalecendo programas já existentes e propondo novas ações que assegurem acesso à alimentação de forma justa, saudável e sustentável. Interessados em participar da discussão poderão enviar propostas, até o dia 19 de setembro.

“A segurança alimentar é uma causa tão importante, uma situação que envolve muitas vidas. A fome ainda bate em muitos lares, não só aqui na cidade, mas no mundo inteiro. Hortolândia sempre esteve nesse combate, sempre trabalhou muito essa questão. Tem um montante de OSCs que trabalham, juntamente ao governo, nesse combate à fome. A gente sabe da responsabilidade e do amor com que a equipe luta por essa causa. Por isso, a cidade está sempre à frente desse trabalho”, afirmou Maria dos Anjos, secretária de Inclusão Social, que também está à frente do Fundo Social de Solidariedade.

Para o presidente da CAISAN e secretário de Educação, Ciência e Tecnologia, Fernando Moraes, o PLAMSAN é mais que um documento redigido. É o convite para um debate permanente sobre as políticas públicas voltadas ao tema da segurança alimentar.

“O combate à fome é um chamamento de todos os cidadãos do mundo, para todos nós. O que nós estamos fazendo de fato para mudar essa realidade? Porque tem gente que acha que fome é o intervalo de uma refeição e outra e só isso. Há quem não entenda o que é alguém não ter o alimento, não ter acesso a ele. As pessoas não sabem o quanto isso pode ser cruel, alguém não ter, dentro da sua vida, a capacidade de acessar alguns alimentos. Na Educação, sabemos que uma criança que não tem acesso a uma boa alimentação, não aprende”, ponderou o gestor.

Segundo a secretária executiva da CAISAN e diretora do Departamento de Segurança Alimentar e Nutricional, Alessandra Sarto, o debate sobre a segurança alimentar e nutricional vem de longe, em Hortolândia.

“Essa é uma discussão que começa em 2005, trazendo uma resposta para uma indignação diante do combate à fome, e vai avançar para uma política pública de qualidade de vida, que é a política de segurança alimentar. Temos o resultado disso, que é o plano apresentado hoje. Isso só é possível, quando a gente tem uma Administração comprometida e a possibilidade de ter um governo que olha a questão dessa forma. Essa audiência pública é o momento da abertura para que a população, as entidades, os conselheiros e os técnicos digam o que pode ser feito e o poder público garanta, através do financiamento público, que ele pode e deve investir em políticas sociais”, afirmou Alessandra.

OSC IRMÃO AMÉRICO

Para a voluntária Alessandra Lira, representante da OSC Irmão Américo, que atende 25 famílias no Jd. Amanda e tem parceria com o Programa “Banco de Alimentos” da Prefeitura, este é um debate muito importante.

“Nossa entidade faz a ponte entre a comunidade, as pessoas assistidas, e o poder público. Tendo esse planejamento, até a quantidade de pessoas atendidas poderá diminuir, pelo atendimento às suas necessidades de segurança alimentar”, comentou ela.

Segundo o nutricionista Caio Felipe Romeiro, integrante da equipe de relatoria do PLAMSAN, o documento busca mostrar a questão de segurança alimentar de modo amplo e complexo, muito além do acesso ao alimento, envolvendo questões como acesso à saneamento básico, moradia, saúde, assuntos climáticos e ambientais, aspectos emocionais, segurança e cultura e lazer, dentre outros.


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