Usuário critica atrasos e problemas em linha entre Sumaré e Campinas
Morador denuncia precariedade no transporte intermunicipal e
aponta ônibus quebrados, atrasos frequentes e falta de informações para
passageiros; há também reclamação sobre a lacuna de horários no fim da tarde,
com longas esperas
O advogado André Alexandre, usuário da linha 638 do
transporte intermunicipal, apontou a precariedade no serviço entre Sumaré e
Campinas. Segundo ele, a falta de manutenção, atrasos e ausência de informações
viraram rotina.
De acordo com André, só em 2025, o ônibus 638 quebrou três
vezes em viagens que ele próprio realizou: próximo ao Tenda Atacado, na Rodovia
Anhanguera, a caminho de Campinas; na Rodoviária de Campinas; e na região da
Quinta Roda, no retorno para Sumaré. “Essas foram as vezes em que eu estava no
ônibus. Imagino quantas outras não aconteceram sem eu presenciar”, afirmou.
O passageiro reclama de uma lacuna de horários no fim da
tarde. A linha 638 sai de Campinas às 17h35 e o próximo está previsto apenas
para 18h45 — e, segundo ele, este quase sempre parte atrasado. “É uma vergonha.
No dia 20 de junho, o ônibus das 18h45 e o das 19h10 não passaram. Ficamos
esperando até o das 19h50. Isso é desrespeito com o trabalhador”, disse.
Há também críticas ao trabalho dos fiscais de horário. André
conta que, embora já tenha visto um fiscal remanejar um veículo da linha 636
para cobrir um atraso, na maior parte das vezes eles “desaparecem” em momentos
de caos, deixando os passageiros sem informações. “Sequer passam avisando que
não terá ônibus. A gente que tem que ficar olhando aplicativo — quando funciona
— ou perguntando para outros motoristas”, relatou.
A lista de falhas segue: no fim de julho, o 638 das 5h45 não
passou; em 12 de agosto, o 637 das 18h20 foi cancelado, obrigando a realocação
de passageiros para o 638, que também atrasou. “Engraçado que para o
trabalhador ir ao trabalho tem ônibus de 30 em 30 minutos. Para voltar, que se
lasque. Vai chegar em casa tarde, cansado, sem tempo para descansar”,
desabafou.
Indignado, André afirma que pretende unir forças com outros
passageiros para pressionar as autoridades. Ele sugere que a solução só virá se
fiscais ou representantes forem pessoalmente, de surpresa, à Rodoviária de
Campinas, especialmente no intervalo entre as 17h35 e 18h45, para ver de perto
a realidade.
“A insatisfação é geral, mas o cansaço é tanto que muitos desanimam de reclamar. Quem sabe, assim, alguém verdadeiramente nos ouça”, finalizou. As linhas metropolitanas são geridas pela Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp).
O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros
informou que os ônibus da linha metropolitana 638, que faz a interligação entre
Campinas e Sumaré, passam por manutenção constante, de acordo com as
determinações dos fabricantes, além da manutenção corretiva. Em relação aos
horários, aos itinerários e à quantidade de ônibus da linha, os parâmetros são
definidos pela Artesp e levam em consideração a demanda real dos usuários. “É
importante considerar que, infelizmente, os veículos metropolitanos trafegam em
itinerários com o viário precário e em alguns períodos do dia existem
congestionamentos nas rotas, situação que impacta diretamente no cumprimento de
horário. Além disso, as condições do viário também contribuem para o maior
desgaste das peças dos sistemas de suspensão, embreagem e freio”, disse. A
Artesp não respondeu.
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