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Em caso de reincidência, proposta prevê apreensão do cão e comunicação ao Ministério Público

Projeto fixa multa de R$ 3,7 mil a tutor com ‘pit bull irregular’ em áreas de lazer de Monte Mor

Monte Mor discute proposta de lei que autua pessoas que andarem com pit bulls e outras raças perigosas sem guia curta e focinheira; projeto exige que animais sejam conduzidos por moradores maiores de 18 anos e com capacidade de controle para evitar ataques e intercorrências pela cidade

A Câmara de Monte Mor analisa um projeto de lei que pretende reforçar a segurança em espaços públicos e reduzir os riscos de ataques de cães de grande porte, como o de pit bulls que têm sido registrados na região. A proposta, de autoria do vereador Bruno Leite (União), fixa multa de 100 UFESPs (R$ 3,7 mil) para tutores que circularem com pit bulls e outras raças consideradas potencialmente perigosas sem os devidos cuidados e de forma inadequada.

De acordo com o texto, a circulação desses animais em ruas, praças, parques, jardins e áreas de lazer só será permitida com o uso simultâneo de guia curta, enforcador e focinheira, conduzidos por maiores de 18 anos, com condições físicas e mentais para controlar o cão. Além disso, os tutores deverão manter a vacinação em dia, principalmente a antirrábica, e adotar medidas de segurança nas residências para evitar fugas.

A norma abrange, além dos pit bulls, raças como rottweilers, fila brasileiro, american staffordshire terrier, dobermann, mastim napolitano, bull terrier, pastor alemão, dogue alemão, boxer, e outros cães com histórico de agressividade, mediante laudo veterinário.

O descumprimento das regras acarretará em multa por infração. Em caso de reincidência ou risco imediato à segurança pública, poderá haver apreensão do animal, e situações de abandono ou negligência serão comunicadas ao Ministério Público. A fiscalização ficará a cargo dos órgãos competentes do Executivo municipal.

Na justificativa, Bruno Leite afirma que o objetivo não é discriminar raças, mas garantir a convivência harmoniosa entre pessoas e animais, além de prevenir acidentes. O vereador lembra que cidades brasileiras e de outros países já adotaram regulamentações semelhantes, com bons resultados na redução de ataques.

ATAQUES RECENTES

A proposta surge no contexto de ataques recentes na região. No dia 7 de agosto, uma criança de 3 anos foi mordida no rosto por um pit bull em Paulínia, após o cão escapar de casa. Foi o terceiro ataque em 47 dias, com uma morte registrada em Hortolândia em julho, quando uma menina de 2 anos não resistiu aos ferimentos. Em junho, três crianças foram atacadas em Monte Mor, na área comum de um condomínio, por um pit bull solto, sem focinheira.

Além das sanções, a proposta pretende incentivar a educação dos tutores, promovendo guarda responsável, adestramento preventivo e socialização dos animais. Para Bruno Leite, “a ausência de normas claras aumenta o risco de acidentes que poderiam ser evitados”. “É preciso criar regras que protejam a população e os próprios cães”. O projeto será analisado pelas comissões da Câmara antes de ir a votação.

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