Hortolândia estuda implantação de Zona Azul na região central da cidade
Proposta que amplia rotatividade no estacionamento para
comércio e serviços está em fase de adequações; crescimento populacional e
frota em alta pressionam disponibilidade de vagas; em cinco anos, número de
veículos aumentou 24,1%
Hortolândia estuda a implantação de um sistema de
estacionamento rotativo, a Zona Azul, na região central da cidade. A proposta,
que está em fase de adequações pela Secretaria de Mobilidade Urbana, busca
organizar o fluxo de veículos, ampliar a rotatividade nas vagas e melhorar as
condições de estacionamento para consumidores e comerciantes.
“A Prefeitura de Hortolândia informa que realiza estudos
para a implantação de estacionamento rotativo por meio de Zona Azul na região
central da cidade. O projeto recebe adequações da Secretaria de Mobilidade
Urbana da Administração Municipal”, informou, em nota.
O crescimento acelerado da cidade e o aumento da frota de
veículos têm pressionado a disponibilidade de vagas no Centro, especialmente em
horários de pico. A expectativa é que a Zona Azul contribua para desafogar o
trânsito e favorecer a circulação de clientes no comércio local.
Segundo a Associação Comercial e Industrial de Hortolândia
(ACIAH), a implantação do estacionamento rotativo foi motivo de reuniões com
comerciantes e o Executivo. Nesses encontros, a criação de bolsão de
estacionamento também foi ventilada, bem como a implantação de valor acessível
aos moradores.
Há moradores que frequentam o Centro que reconhecem a
necessidade da iniciativa. Para eles, a falta de vagas e a ocupação prolongada
por um mesmo veículo prejudicam quem precisa estacionar rapidamente para
resolver demandas no comércio e nos serviços da região.
“Teria que ter um sistema de estacionamento rotativo aqui
sim porque a gente que passa pelo Centro demora um pouco para achar vagas perto
de bancos e lojas. Se tiver um sistema bom e que todos entendam bem como
funciona ajuda sim”, disse Maria Eduarda, de 24 anos, moradora do Nova
Hortolândia. “Só compensa se for barato e fácil na prática”, opinou Suzana
Santos, do Remanso Campineiro. Para moradores, devem ser bem analisadas áreas e
ruas a serem contempladas, tempo de permanência permitido, valores e formas de
pagamento.
Por outro lado, a assistente administrativo Raiane dos
Santos disse que é contra Zona Azul no Centro. “Acho que vai causar mais
problemas do que ajudar, sinceramente, penso dessa forma”, comentou.
O comerciante Severino Vianna Paiva, de 64 anos, acredita que a Zona Azul vai afugentar clientes. Ele pede a intensificação da presença de fiscais. “Está ótimo do jeito que está, o que poderiam fazer é colocar mais amarelinho para inibir pessoas de largarem o carro e não voltarem mais, e em vez de ser 15 minutos (que carros podem ficar parados) deveria passar para 20 minutos, 15 minutos é pouco. Mas acho que a Zona Azul vai espantar o pessoal do Centro, o que atrapalha mais é camelô quando para o carro e deixa, mas isso não acontece muito”.
AUMENTO DA FROTA
Levantamento do Tribuna Liberal junto ao Departamento
Nacional de Trânsito (Denatran) aponta que Hortolândia registrou crescimento de
24,1% na frota de veículos nos últimos cinco anos. Os dados indicam que em
junho de 2020, o município possuía 124.893 veículos. Em junho de 2025, esse
número saltou para 155.136. No mesmo período, a quantidade de automóveis subiu
de 83.998 para 99.948 - alta de 19%.
A variação mais recente, entre junho de 2024 e junho de 2025, também é significativa: a frota total passou de 147.555 para 155.136 veículos, crescimento de 5,1%, acima do aumento de 4% registrado no Brasil. O número de carros em Hortolândia avançou de 96.056 para 99.948, um acréscimo de 4,05% em um ano.
ALTA POPULACIONAL
O aumento da frota acompanha o crescimento populacional.
Segundo o Censo do IBGE, Hortolândia tem 247.331 habitantes e é um dos
municípios com maior crescimento populacional desde a última contagem. Houve
acréscimo de 10.690 moradores, equivalente a uma alta de 4,5%.
O avanço é atribuído à expansão econômica local, à
instalação e fortalecimento de empresas, e ao aumento da renda, fatores que
impulsionam a aquisição de veículos. Além disso, o município se consolida como
polo empresarial e industrial, o que amplia a demanda por transporte particular
e comercial.
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