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Multinacional Marelli, instalada em Hortolândia, teve acordo judicial firmado por assédio moral

Ações trabalhistas disparam 61% em Hortolândia em 2025, aponta MPT

Ministério Público do Trabalho realiza investigações e fiscalizações, promovendo audiências de mediação e firmando Termos de Ajustamento de Conduta com empresas; alta alerta para violações recorrentes da legislação trabalhista na cidade

O número de processos trabalhistas ajuizados em Hortolândia teve um crescimento expressivo no primeiro semestre de 2025. Segundo dados do Ministério Público do Trabalho (MPT), as ações passaram de 36 para 58 no período, o que representa um aumento de 61% em comparação ao mesmo intervalo de 2024.

O salto acende um alerta para possíveis violações recorrentes da legislação trabalhista no município, que possui forte presença industrial e grande volume de mão de obra empregada em setores como logística, construção civil e serviços.

Para advogados trabalhistas, o aumento pode estar relacionado tanto à ampliação das denúncias feitas por trabalhadores quanto à piora nas condições de trabalho em determinados setores. São mais comuns queixas como jornadas excessivas, ausência de registro em carteira, assédio moral, falta de pagamento de verbas rescisórias e descumprimento de normas de saúde e segurança.

O MPT realiza investigações e fiscalizações na região, promovendo audiências de mediação e firmando Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) com empresas.

Recentemente, um acordo judicial foi celebrado entre o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Magneti Marelli, encerrando uma ação civil pública movida na Justiça do Trabalho de Hortolândia, pondo fim a um processo que denunciava práticas de assédio moral na unidade fabril da multinacional italiana na cidade. A conciliação prevê o pagamento de R$ 330 mil por dano moral coletivo.

O valor, segundo o MPT, será destinado ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) ou a entidades beneficentes indicadas pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região. Além da indenização, a empresa assumiu uma série de compromissos voltados ao combate ao assédio moral e à promoção de um ambiente de trabalho saudável e seguro.

A ação foi ajuizada pelo MPT após investigação que comprovou que cipeiros — membros da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes — e trabalhadores afastados por motivos de saúde eram alvo de assédio moral e tratamento discriminatório. Em resposta, o MPT solicitou judicialmente que a empresa fosse obrigada a adotar medidas corretivas imediatas.

A empresa também se comprometeu a promover palestras anuais e capacitações direcionadas a todos os colaboradores, inclusive novos admitidos. Caso a empresa descumpra qualquer uma das cláusulas do acordo, está sujeita ao pagamento de multa de R$ 3 mil por item violado.


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