Práticas antirracistas são abordadas em formação da educação de Hortolândia
Curso promovido pela Prefeitura Municipal se estenderá até junho deste ano e contempla diretamente 60 profissionais da rede municipal de ensino, entre professores, educadores infantis, infantojuvenis e gestores; propostas serão exibidas
Da Redação | Tribuna Liberal
A fim de fomentar uma educação pública mais inclusiva e
comprometida com os direitos humanos e o enfrentamento ao racismo estrutural, a
Prefeitura de Hortolândia promove, de abril a junho deste ano, a formação
continuada “Letramento Racial – Desafios e Possibilidades na Formação e nas
Práticas do Educador Antirracista”. O curso, iniciado neste mês, beneficia
diretamente 60 profissionais da rede municipal de ensino – professores,
educadores infantis e infantojuvenis, gestores escolares e integrantes da
equipe pedagógica do CFPF (Centro de Formação dos Profissionais em Educação)
“Paulo Freire”, além de convidados como membros do Instituto Federal São Paulo,
do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial e de algumas escolas
estaduais.
A formação, comprometida com a lei federal 10.639/03, tem
como eixo central o letramento racial, um conceito fundamental para a
construção de práticas educativas conscientes e transformadoras. Segundo a
Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia, a iniciativa representa mais um
passo significativo na construção de práticas pedagógicas que valorizem a
diversidade étnico-racial em todos os espaços educativos de Hortolândia.
As aulas são ministradas pela professora doutora Romilda
Costa Motta, uma referência na área de história da América Latina, com
doutorado pela USP (Universidade de São Paulo) e pós-doutorado pela UNILA
(Universidade Federal da Integração Latino-Americana). Na formação, ela alia
sua experiência prática à sólida formação teórica. Romilda é servidora
municipal e atua na Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Agenor
Miranda da Silva, no Jd. Novo Horizonte, e em dois polos da EJA (Educação de
Jovens e Adultos) Hortolândia, as Emefs Jd. Amanda (CAIC) e Nicolas Tiago dos
Santos Lofrani, no Jd. Sumarezinho.
Com uma carga horária de 50 horas/aula, a formação terá 27
horas presenciais, realizadas no Centro de Formação Paulo Freire, no Remanso
Campineiro, e 23 horas de atividades complementares, como leituras e elaboração
de propostas pedagógicas. Os encontros acontecem sempre às quintas-feiras, com
turmas nos períodos da manhã e da tarde.
Entre os conteúdos abordados destacam-se as relações entre
escravidão, pós-abolição e o mito da democracia racial, além de reflexões sobre
a “história única” e os impactos emocionais do racismo vivenciado na infância.
Também propõe-se o aprofundamento em temas como marcos legais da educação para
as Relações Étnico-Raciais (ERER); racismo estrutural, institucional e
individual; importância do reconhecimento e valorização das identidades negras
e indígenas; e práticas pedagógicas antirracistas desde a Educação Infantil até
o Ensino Fundamental I.
De acordo com a Secretaria de Educação, Ciência e
Tecnologia, a formação se diferencia pelo incentivo à ação prática, culminando
na elaboração e apresentação de propostas pedagógicas antirracistas, planejadas
ou já aplicadas no contexto escolar. A leitura do “Pequeno Manual
Antirracista”, de Djamila Ribeiro, integra o percurso formativo como elemento
fundamental para a construção das atividades finais.
“Com um olhar sensível e engajado, a professora Romilda
Motta convida os participantes a repensarem seu papel na luta contra o racismo
estrutural e a se reconhecerem como agentes de transformação nos espaços
escolares”, ressalta o coordenador pedagógico do Centro de Formação “Paulo
Freire”, Adelson dos Santos.
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