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Sara Pinto é advogada, pós-graduada em previdência e tributário

Coluna Quebrando o Silêncio – Por Sara Pinto*

A maternidade e o trabalho: um desafio que persiste

Conciliar a maternidade com a carreira profissional continua a ser um dos maiores desafios enfrentados por muitas mulheres em nossa sociedade. Embora a luta pela igualdade de gênero tenha avançado em diversos setores, as estruturas que sustentam a maternidade e a vida profissional ainda carecem de melhorias significativas.

A falta de políticas de licença maternidade e paternidade adequadas, juntamente com a escassez de creches acessíveis e a inflexibilidade em muitos ambientes de trabalho, contribuem para um cenário que frequentemente deixa as mães em uma posição vulnerável. A licença maternidade, essencial para a recuperação e adaptação das mães, muitas vezes é insuficiente, limitando o tempo necessário para o vínculo inicial com os recém-nascidos.

Por outro lado, a licença paternidade, em muitos casos, é apenas um mero reflexo da desigualdade, deixando os pais com pouco ou nenhum tempo para se envolverem nos primeiros momentos da vida de seus filhos. Essa disparidade não apenas impacta a saúde emocional das mães, mas também perpetua a ideia de que o cuidado dos filhos é uma responsabilidade exclusivamente feminina.

Outro aspecto crucial é a falta de creches acessíveis e de qualidade. Muitas mulheres se veem forçadas a escolher entre o emprego e o cuidado dos filhos, uma decisão que pode afetar sua carreira a longo prazo. A inexistência de opções de cuidado infantil adequadas e a alta carga financeira relacionada a elas muitas vezes levam as mães a se afastarem do mercado de trabalho ou a aceitarem posições menos satisfatórias e menos remuneradas.

Além disso, a rigidez em muitos ambientes de trabalho torna difícil para as mães equilibrar as exigências profissionais com as responsabilidades familiares. O teletrabalho e a flexibilidade de horários, que se tornaram mais comuns durante a pandemia, devem ser vistos como uma oportunidade de mudança permanente. Empresas que adotam políticas de trabalho flexível não apenas ajudam suas funcionárias, mas também se beneficiam de um aumento na produtividade e na satisfação no trabalho.

É fundamental que os empregadores, juntamente com os formuladores de políticas, reconheçam a importância de criar um ambiente que suporte a maternidade. Investir em políticas de licença parental mais generosas, em creches subsidiadas e em horários flexíveis não é apenas uma questão de justiça social, mas também uma estratégia inteligente para o crescimento econômico a longo prazo.

Ao garantir que as mães possam equilibrar suas carreiras e suas famílias, estaremos construindo uma sociedade mais justa e igualitária, onde todas as mulheres possam prosperar tanto em suas vidas pessoais quanto profissionais. Essa é uma luta de todas nós, por isso, juntas somos mais fortes!

*Sara Pinto é advogada, pós-graduada em previdência e tributário, especializada em ciências políticas, criminal e previdência. Atuou como membro da Comissão de Direito Previdenciário e Caasp pela OAB. Atuou como superintendente do Instituto de Previdência de Americana.

Advogada junto VSP advocacia

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