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Juçara Rosolen é mãe, cristã, empreendedora, palestrante e escritora

Coluna Olhar de Dentro

Exposição e adultização infantil: um problema urgente

Nos últimos dias, o tema da “adultização” e da exposição excessiva de crianças e adolescentes nas redes sociais ganhou grande repercussão nacional após denúncias recentes. Embora esse problema já exista há anos, apenas agora deram a devida atenção. O motivo dessa mobilização repentina ainda não é totalmente claro, mas necessária, discute-se a adoção de medidas que, por enquanto, também não estão totalmente definidas. Vale lembrar que o Brasil já conta com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que garante proteção integral a menores de idade e estabelece seus direitos e deveres, reconhecendo-os como sujeitos de direitos e determinando prioridade absoluta no atendimento às suas necessidades.

A internet pode ser uma grande aliada no aprendizado e no entretenimento, mas também traz riscos sérios, especialmente quando o assunto é a exposição de crianças a conteúdos inadequados. A chamada “adultização” ocorre quando menores são apresentados ou incentivados a comportamentos e aparências que não condizem com sua idade, muitas vezes impulsionados pela busca de engajamento e monetização nas redes.

Essa prática pode parecer inofensiva para alguns, mas especialistas alertam para os impactos emocionais e sociais que ela provoca. Crianças que são inseridas nesse tipo de conteúdo tendem a reproduzir falas, gestos e estilos de vida de adultos, o que interfere no seu desenvolvimento natural e as expõe a riscos significativos.

Casos assim não estão restritos a vídeos ou postagens isoladas. A própria indústria do entretenimento já abordou a complexidade da adolescência em produções dramáticas, como a recente série britânica “Adolescência”, que retrata de forma intensa os desafios dessa fase e como o ambiente social influencia o comportamento de jovens. Embora seja uma obra de ficção, ela serve como alerta sobre os efeitos que ambientes e estímulos inadequados podem ter na formação de caráter e na saúde emocional de adolescentes.

As redes sociais, por sua vez, funcionam a partir de algoritmos que promovem conteúdos com base nas interações dos usuários. Quando vídeos com apelo adulto envolvendo menores recebem muitas visualizações, tendem a ser ainda mais recomendados, aumentando o alcance e a exposição. Por isso, especialistas reforçam a importância de supervisão, controle de privacidade e, principalmente, de denunciar qualquer conteúdo que coloque crianças em risco.

Entre as medidas essenciais para proteção, destacam-se:

• Supervisão constante: Acompanhamento próximo do uso que crianças fazem das redes.

• Configurações de privacidade: Perfis restritos e sem compartilhamento de informações pessoais.

• Conteúdo apropriado: Postagens alinhadas à faixa etária.

• Denúncia: Utilizar canais oficiais como o Disque 100 ou ferramentas das próprias plataformas.

A proteção da infância é responsabilidade de todos: pais, responsáveis, educadores, plataformas digitais, governo a sociedade em geral. É preciso agir para garantir que crianças e adolescentes possam aprender, se divertir e crescer de forma saudável.

E você, já parou para pensar nos conteúdos que nossas crianças estão consumindo e produzindo nas redes? Estamos realmente atentos para evitar que a exposição excessiva comprometa o futuro delas?

Juçara Rosolen é mãe, cristã, empreendedora, palestrante e escritora. É formada em Pedagogia, Letras e Direito. Proprietária e fundadora do Grupo Aposerv, que há 16 anos se dedica aos serviços previdenciários administrativos. É Ex-Presidente da ACINO e atual Presidente do Lions Club de Nova Odessa.

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